Friday, August 29, 2008

Comportamento Digital

A cada dia, mais tarefas e ocupações cotidianas vão sendo transferidas para o mundo digital. Você já sabe como seu cliente se comporta online?
As novas tecnologias modificaram de um jeito tão arrebatador o cotidiano que nem mesmo o filósofo Pierre Lévy conseguiu imaginar que seus prognósticos sobre mudanças seriam absorvidos e executados em tão pouco tempo.

Se em 1997, Lévy fincou o termo cibercultura como a nova cultura criada para transformar o status quo, com espaço latente para uma comunicação democrática, acessível e alterações em meios de produção, consumo e de expressões artísticas por meio da democratização da informação - pensamento que impulsionou outros filósofos e comunicadores a irem além à análise sobre a web e suas funções -, é Thomas L. Friedman que melhor demonstra o que aconteceu com o mundo e onde as pessoas devem se posicionar agora no século XXI.

Em “O Mundo é Plano”, Friedman mostra como “Do it yourself” é facilmente viabilizado no mundo digital, um dos pontos mostrados em sua teoria do achatamento do mundo pela conexão tecnológica entre pessoas e empresas no mundo todo, ação que não vê fronteiras territoriais e sócio-culturais para manter-se contínua e pulsante. Se não há fronteira territorial e social, a liberdade está nas mãos de interessados em usar as ferramentas existentes para envolver-se em redes sociais e propagar informação.

O escritor e jornalista político descreve sobre um encontro de Bob Schieffer, jornalista da rede de televisão norte-americana CBS, com repórter independente do site InDC Journal, Bill Ardolino, que em 2004 entrevistou o conhecido correspondente de uma das maiores redes televisivas do mundo com um gravador/tocador de arquivos MP3 e registrou com a câmera digital do celular. Por meio desses dois pequenos aparelhos, com preços acessíveis em relação ao custo-benefício, a entrevista foi publicada na manhã seguinte ao encontro e, quando Bob Schieffer verifi cou, já tinha trezentos comentários dos leitores do site.

Isso mostra que em menos de 10 anos tantos produtos de consumo, formas de comunicação e informação e novas profissões apareceram que somente a Internet consegue noticiar e explicar cada um, a tempo de não ficar obsoleto. A Internet e o usuário, claro. Há tantas tecnologias porque existe consumidor para todas elas, mesmo que os consumidores e receptores não saibam que precisam. Como conhecimento tecnológico é, atualmente, inerente no status sociais, cria-se rapidamente a necessidade do consumo.

A essência do consumo tecnológico Gadget é a definição para objetos hi tech de consumo que, possivelmente, a pessoa precisa por um impulso de compra, não porque os atributos são realmente essenciais. Apenas porque a câmera tem uma resolução melhor; um aplicativo a mais; uma função adicional; 1 GB a mais. Enfim, gadget é aquela nova quinquilharia eletrônica almejada entre os consumidores “geeks” impulsivos e compulsivos. E todo mundo é um pouquinho consumista compulsivo ou um pouquinho “geek”. Faça um exemplo na gaveta de objetos esquecidos [ou obsoletos]. Quantos aparelhos de celular estão guardados? E calcule apenas os de tecnologia digital, porque os analógicos deveriam ser doados ao Museu do Computador.
Alguém vai exclamar: “Celular não é quinquilharia! É necessidade!”. Realmente. Uma necessidade exclusiva do comportamento contemporâneo, mas é uma necessidade. Agora, é obrigatório um celular com câmera de 3.0 megapixel e lente com zoom óptico de 5x, cartão de memória de 512 mb para arquivar e tocar músicas em MP3? Lembre-se que a câmera digital e o Ipod Nano [porque o Ipod Vídeo está em casa conectado às caixas de som] também estão na mochila, ao lado desse celular multifuncional.
Vida em multitarefas!!

Nada melhor para felicidade individual e coletiva que estar conectado de todas as formas possíveis com seu meio social, sempre em contato para desenvolver e estreitar esses laços ainda mais. Afinal, o poeta metafísico inglês John Donne resumiu muito bem no século XVI a base do comportamento social [salvo casos de isolamento social. Esses não precisam, não podem ou não querem], e o que os psicólogos falam até hoje para seus pacientes: “No man is an island”. Como dificilmente é possível sociabilizar o tempo todo com todas as pessoas, alguma parte sucumbe à outra e deixa de existir: vida social engolida pela profissional; acadêmica dissonante da familiar; familiar em crise com a profissional; profissional em colisão com acadêmica e assim por diante. Nesse momento, a amorosa passou a ser estudo de Platão, apenas para manter a suposição dela existir.

Aparte dos conflitos pessoais, o mundo contemporâneo devolveu partes importantes que o moderno dos “yuppies” dos anos 1980 tinha escondido: tempo, possibilidade, liberdade de criação. Tudo graças a vários adventos tecnológicos e digitais que conectam pessoas, com uma flexibilidade de tempo e pluralidade de ações.
E como alguém pode dizer que hoje a pessoa tem mais tempo e liberdade que outrora? Tempo e espaço? Infelizmente, só na ficção é possível brincar com curvatura de espaço tempo da forma como as pessoas sonham. Agora, dizer que não há tempo para nada provém de pensamento pessimista inflexível. Mude o ponto de observação. Não há tempo para nada ou se faz muito mais que antes?

Por questões sociais e culturais o ser humano precisa manter relacionamento físico. Os sensores aguçam conforme o atributo desejado pelo outro. E não há melhor forma de estimular do que idealizar.
Mas como desligar-se de tudo e manter o foco em apenas uma tarefa? E se a vida está toda em ambiente virtual? Você conseguiria viver sem algum meio digital?

Fabio Silveira - Jornal X Nov/2007 (Associação de Ex alunos ESPM)

Os Blogs chegaram. Para ficar...

Em estudo recente que fizemos descobrimos que a imprensa brasileira, embora ainda se divida em relação à credibilidade do conteúdo publicado nos blogs escritos por profissionais de outras áreas, vem cada vez mais utilizando este meio. Neste trabalho “Jornalismo na Era Digital”, ouvimos, por e-mail, a opinião de 604 jornalistas de diferentes editorias de todo o país, entre os dias 30 de junho e 15 de julho, incluindo as mídias de TV, rádio, internet, jornal e revista.
De acordo com a sondagem, 46,2% consideram os blogs mantidos por não-jornalistas boas fontes de informação, enquanto 40,4% desconfiam das informações postadas nestes espaços. Outros 13,2% dizem que jamais consultam estes meios. Ainda quando o assunto é blog, quase 60% afirmam que mantêm páginas pessoais e 10,2% têm contas no Flickr, site dedicado a conteúdo colaborativo de postagem de fotos.

Quase 60% dos entrevistados revelam que passaram a escrever para a mídia online, mantendo a atividade jornalística anterior, com o crescimento da internet. Segundo o estudo, 45,3% escrevem matérias para sites de seu interesse.
Para 76,2%, as fontes digitais passaram a complementar o trabalho de apuração de informações.
Pouco mais da metade dos entrevistados, 55,1%, iniciou o desenvolvimento alguma atividade jornalística nos últimos anos. Praticamente todos os profissionais ouvidos declaram que o jornalismo tornou-se mais dinâmico com a expansão da internet.

Este trabalho nos ajuda a entender melhor a relação da imprensa com a internet e a chamada Web colaborativa. A agência, por meio de sua unidade LVBA Interativa, também está investindo em uma pesquisa para conhecer as atitudes e comportamentos de blogueiros não-jornalistas. O trabalho deverá ser concluído em breve.

Escrito por: Rodrigo Padron - Diretor da LVBA Interativa. Jornalista especializado em comunicação empresarial e pública, autor do blog Ponto de Desequilíbrio www.pontodedesequilibriorp.blogspot.com.

Quanto vale uma rede social?

Andei fazendo umas contas. Com base na maneira como o mercado publicitário enxerga as redes: como mídia. O resultado foi R$ 2,60 por integrante. Pouco. Ou muito?